sexta-feira, 16 de março de 2012

Comitiva saudade

        Quando os viajantes aqui passarem e perguntarem pelo homem que habitava estas terras, não digam que ele morreu, falem apenas, que ele durou, existiu! Não morreu, porque foi feliz, já não vive, pois o destino assim é traçado.
        Entre os espinhos ele se criou, para merecer as rosas que vieram, e aquela que foi a mais bela, trouxe-lhe a vida, que a vida não lhe deu.
        O vento na estrada, já apagou a marca do seu sapato, depois, a terra da qual veio, o consumirá, e toda a sua existência será apagada, como a cigarra e seu canto, ao cair da última folha de outono.
        Mesmo assim, ei de dizer. Nos corações dos companheiros da alvorada, as velhas histórias se encontrarão presentes nas noites frias. Os seus amores, produzirão frutos, que farão com que a poeira da estrada, nunca esqueça, o pisar incessante, daquele que ao preço do sangue e suor viveu... E renasceu.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Hipnose do tempo

        Se algum dia eu deixar de te escrever; Lembre-me... Lembre-me do tempo, em que seus olhos eram a minha vida, quando bastava a tua mão sobre mim, para acalmar, meu instinto irracional, como o vento, afugentando a neblina, do topo da montanha.
        Faça-me voltar, a minha juventude errante, quando eu contava ao seu ouvido, os versos, que só você, fazia surgir.
        O tempo... Ele seca, corroei, desgasta... Mas se algum dia, eu esquecer, a poesia que você é, olhe-me com aqueles mesmos olhos. E quando esse transe acabar, eu encontrarei novamente, a vida que me fazia viver.
        A inconstância dos meus atos, revelam a inquietude, diante da tua presença!
        Viver para ter, ser e até perder. Viver para amar, se envolver. Viver por estar vivendo, ou até viver para morrer. Não sei o que trás sentido à vida, mas se houvesse escolha, escolheria viver... Por você.

Medos da noite (citação)

        Ela chegou à noite, subiu as escadas com às sandálias na mão. Entrou no quarto, tocou-me a pele e afagou-me os cabelos. Quando acordei, ela já tinha ido, mas o vento na cortina da janela, anunciava, que um dia, ela esteve aqui!